No estado, já são quase 90 desaparecidos este ano

Em resposta à solicitação do Conselho Regional de Medicina do Piauí – CRM-PI, junto à Secretaria de Segurança Pública do Piauí, pela qual o CRM-PI buscou, no mês de abril deste ano, informações sobre número e perfil de crianças e adolescentes desaparecidas no Piauí, a Secretaria enviou ao CRM-PI o Relatório quantitativo das ocorrências de desaparecimento de pessoas menores de 18 anos registradas no Sistema de Boletim de Ocorrência da Polícia Civil do Estado do Piauí, nos períodos de janeiro de 2015 a maio de 2016. Somente neste ano, de janeiro até o mês de junho, já foram registrados em todo Piauí 87 ocorrências de crianças e adolescentes desaparecidos.

A solicitação do CRM-PI, por meio de ofício, foi enviada pelo presidente Emmanuel Fontes, ao Secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu e o motivo é a grande preocupação do Conselho Federal de Medicina e dos Conselhos Regionais de Medicina, que estão engajados desde 2014 na campanha pelo resgate de crianças e adolescentes desaparecidos no país e também, no período da solicitação, pela aproximação do Dia internacional da criança desaparecida, que foi 25 de maio.

A Gerência de Administração de Recursos de Informática da Secretaria de Segurança Publica do Estado do Piauí esclarece que o relatório não permite ainda a retroalimentação para os casos de pessoas desaparecidas que vieram a ser encontradas, o que significa que quando localizado o desaparecido, o registro original não sofre atualização, permanecendo no banco de dados da SSP Piauí.

O relatório, de responsabilidade do Núcleo de Estatística e Análise Criminal – Nuceac da SSP do Piauí, aponta que no ano de 2015, foram registrados 102 menores desaparecidos na capital Teresina, sendo 20 do sexo masculino e 82 do sexo feminino; em outros municípios (interior) foram registrados 77 menores desaparecidos, sendo 18 do sexo masculino e 59 do sexo feminino, o que demonstra que os desaparecimentos de crianças e adolescentes do sexo feminino é muito superior em relação ao sexo masculino.

Dos municípios do interior do Piauí, em 19 foram registrados boletins de ocorrência sobre menores desaparecidos, em 2015. Parnaíba lidera os número com 24 registros, seguido por Oeiras, com 8 ocorrências; em terceiro vem José de Freitas com 6 desaparecidos. Os demais são Picos (05), Corrente (05), São João do Piauí (04), Campo Maior (04), Cristalândia (04), Floriano (04), Bom Jesus (03), Altos (02), Riacho Frio (01), Redenção do Gurguéia (01), Curimatá (01), Alto Longá (01), Giubués (01), São Raimundo Nonato (01), Dom Expedito Lopes (01) e Fronteiras (01).

O perfil dos menores desaparecidos na capital Teresina em 2015 a maioria é de adolescentes, entre 14 anos até 17 anos, sendo que no total de 20 desaparecidos do sexo masculino, 14 estão nessa faixa etária. Já entre os 82 desaparecidos do sexo feminino na capital Teresina, a maioria predominante também é de adolescentes na faixa etária de 13 a 17 anos, totalizando 75; na faixa etária de 0 a 12 anos os registros foram apenas 7 desaparecidas. A raça predominante informada foi de negros e pardos.

No caso dos desaparecimentos do interior do Piauí, em 2015, houve um equilíbrio maior com relação à idade, tanto que dos 18 registros de desaparecidos do sexo masculino nos municípios já citados, 6 estavam na faixa de 0 a 13 anos e 10 tinham entre 14 e 17 anos. No caso das meninas desaparecidas, continuou predominando as adolescentes na faixa etária de 14 a 17 anos, totalizando 43, e na faixa etária de 0 a 13 anos, houve apenas 15 desaparecidas. Com relação à raça, a maioria relatada foi a parda.

Neste ano, o Nuceac informou ao CRM-PI que somente na capital Teresina já foram registrados em boletins de ocorrência 54 menores desaparecidos, sendo 12 do sexo masculino e 42 do feminino. No interior do Estado, já há registros de 33 desaparecidos, sendo 7 do sexo masculino e 26 do sexo feminino e os municípios onde mais há desaparecidos são Parnaíba, com 9 ocorrências, seguido de Floriano, com cinco.

A conselheira e 1ª Secretária do CRM-PI, Dra. Mírian Palha Dias Parente, informou que esses números são altos e alarmantes. “Precisamos continuar vigilantes. A campanha do CFM e do CRM Piauí é permanente. A gente pede que as pessoas denunciem e ajudem as autoridades. No caso dos profissionais de saúde, o pedido é que eles observem os comportamentos das crianças e dos seus acompanhantes durante os atendimentos médicos e em caso de suspeitas denunciem. As informações prestadas, certamente, serão mantidas em sigilo, mas servirão de parâmetro para que, com as investigações, mais casos sejam solucionados, no sentido de se reduzir essas tristes estatísticas”, explicou.

Fonte: CRM-PI

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