Em nome dos 400 mil médicos brasileiros, o Conselho Federal de Medicina (CFM) expressa pesar pelo falecimento do professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Clementino Fraga Filho na quarta-feira (11), aos 98 anos. “Reconhecido pela defesa da ética e da justiça, bem como do ensino e do exercício da medicina, sua partida deixa uma grande lacuna para a Medicina e a Ciência brasileiras. Esperamos que seu exemplo de compromisso com as causas públicas seja de inspiração para a atual e as futuras gerações”, disse o presidente do CFM, ao enviar suas condolências aos amigos, familiares e admiradores.
Catedrático da Primeira Cadeira de Clínica Médica da Santa Casa, ele foi reitor da Universidade e liderou a Reforma Universitária que introduziu o conceito de departamentos e centros de conhecimento (decanias) no ensino superior.
Sua trajetória foi marcada pela defesa da integração docente assistencial como forma de ensino no campo da saúde, tendo sido pioneiro nos programas de saúde da família desenvolvidos no polo avançado do Hospital do Fundão, no Rio de Janeiro. Graças ao seu prestígio e o de seu irmão Hélio Fraga, conseguiu viabilizar o funcionamento do Hospital Universitário que leva o seu nome.
Nascido em Salvador (BA), em 11 de agosto de 1917, cursou a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil. Em 1940, foi nomeado assistente de clínica médica da Faculdade Nacional de Medicina. Em 1944, conquistou o título de livre-docente na UFRJ. Durante 18 anos, chefiou o serviço de clínica médica no Hospital da Santa da Casa de Misericórdia (4ª e 20ª Enfermarias).
Em 1957, foi eleito titular da Academia Nacional de Medicina. Em 1966, assumiu a reitoria da UFRJ. Nomeado diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ em 1974, foi designado pelo reitor como presidente da comissão de implantação do Hospital Universitário, que teve sua inauguração em 1º de março de 1978. Assim, o professor Clementino Fraga Filho foi seu diretor geral até outubro de 1985.