Segundo ONU, foram 4 posições em um ano; porém, com desigualdades levadas em conta, média nacional despenca O Brasil foi o país que mais avançou no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) preparado pelo Programa das Nações Unidas. Foram quatro posições a mais em comparação ao ano passado. Com isso, o Brasil passa a ocupar a 73ª colocação, de um total de 169 países – desempenho suficiente para que ele integre o grupo de nações consideradas de desenvolvimento humano elevado. No entanto, quando são levadas em conta as desigualdades regionais – como a concentração de riqueza em uma parcela pequena da população, ou a falta de acesso universal a saúde de qualidade ou saneamento básico -, o Brasil perde 15 posições. Este segundo ranking, batizado de IDH-D, que leva em conta as disparidades nacionais, foi elaborado pela primeira vez neste ano, e por isso não é possível fazer comparações com anos anteriores. O índice tradicional, criado há 20 anos, leva em conta dados dos países em saúde, educação e rendimento. Por esse quesito, o desempenho do Brasil é significativo, sobretudo diante do cenário de estagnação mundial revelado pelo estudo. Dos 169 países analisados, 116 mantiveram a posição de 2009 e 27 tiveram desempenho pior. Além do Brasil, outros 25 melhoraram a classificação. Feito pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud), o índice tem uma escala de 0 a 1. Quanto mais próxima de um, melhor a situação do país. O Brasil alcançou índice 0,699. Noruega, a primeira colocada, 0,938. O pior indicador foi do Zimbábue: 0,140. Série histórica. Para poder fazer um acompanhamento histórico do desempenho dos países, integrantes do programa calcularam o IDH do Brasil na última década, todos pela mesma metodologia. “São esses números que podem ser confrontados. E, por esse aspecto, o Brasil cresceu bastante”, explica Flávio Comim, economista do Pnud. O salto do Brasil se deve ao desempenho apresentado nas taxas de expectativa de vida, renda e escolaridade média de pessoas com mais de 25 anos. De 1980 a 2010, a esperança de vida do brasileiro passou de 62,5 anos para 72,9. A média de anos estudados de pessoas com mais de 25 anos passou, no período, de 2,6 para 7,2 anos. O rendimento nacional bruto passou US$ 7,929 em PPP para US$ 10.607 em PPP. Para entender melhor, o IDH não usa a conversão real do dólar, mas o quanto se pode comprar com ele, chamado de paridade do poder de compra (PPP, em inglês). “O País cresceu de forma harmônica, em várias áreas. Não foi algo pontual”, afirma Comim. Para ele, isso é que contribuiu para o desempenho nacional apresentado este ano. Entrave. O que ainda amarra a colocação nacional é a qualidade da educação, avaliada pelo novo índice “anos de estudo esperados” – uma espécie de expectativa de vida educacional. Ao longo dos últimos cinco anos, o número de anos escolares esperado caiu de 14,5 para 13,8. Apesar da evolução durante o ano, o Brasil continua a exibir um IDH menor do que a média da América Latina e Caribe, que é de 0,704. A comparação com alguns países vizinhos também é desfavorável. A estimativa é de que um brasileiro viva menos 5,9 anos, tenha média de escolaridade 2,5 anos menor e consuma 28% menos do que uma pessoa nascida no Chile, o 45º no ranking. Argentina, Uruguai, Panamá, México, Costa Rica, Peru também apresentam melhor classificação: 46º, 52º, 54º, 56º, 62º e 63º, respectivamente. Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que dados usados pelo PNUD estão desatualizados. De acordo com a pasta, a defasagem é constatada tanto nos números de expectativa de vida, quanto na mortalidade materna. Crescimento. Ao longo da década, o Brasil teve um crescimento médio anual de 0,73% no IDH. Um ritmo considerado muito bom. Mas entre grupo de países de alto desenvolvimento humano há exemplos de velocidade maior. Casaquistão, por exemplo, cresceu 1,51% e Azerbaijão, 1,77%. A Romênia, em 2005, dividia com Brasil a mesma colocação. Agora, ela está 22 à frente. SOBE E DESCE Expectativa de vida No início da década de 1980, a expectativa de vida no Brasil era de cerca de 62 anos. Hoje, está em quase 73 anos. Anos na escola A expectativa de anos na escola caiu: de 14,5 anos para 13,8 anos. Fonte: 05/11/2010 – O Estado de São Paulo

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