O benefício não é oferecido desde 2011 e para o caminhoneiro Lourival Mazon, se locomover é um desafio. Há dois anos ele teve que amputar parte da perna direita por causa de um problema na circulação do sangue e está afastado do serviço. Ele faz todas a recomendações pedidas pelo médico, usa meia especial diariamente para a perna não inchar, mas precisa de uma prótese que aguarda há um ano e meio.
“Eles prometem, mês que vem vai sair, já está autorizado para a compra, a gente liga lá e não dão nenhuma informação”, contou. O último recurso foi entrar com um pedido na Justiça. “Está bem difícil, não tem condições. Se eu pudesse, já teria comprado essa prótese e já estaria andando normalmente”, disse.
Justiça – O defensor público Rodrigo Ferreira acompanha dez casos e explica que o processo é demorado. “Em regra o que dificulta a aquisição é o preço. Muitas vezes o município não tem recursos disponíveis e prefere destinar esses recursos para atender um numero maior de pacientes em vez de atender um só com um item mais caro”, explicou.
Se a Prefeitura não cumprir os prazos estipulados pela Justiça para a entrega, poderá ser multada. “O juiz pede primeiro explicações do município, tendo uma justifica plausível pode até ser fixado um prazo maior e uma multa menor. Se não tiver justificativa nenhuma, ele vai fixar um novo prazo e aí sim uma multa maior. Isso varia muito de caso para caso”.
Quem depende de prótese, quer que o poder público apresente logo uma solução. O aposentado Pedro Constâncio já está há um ano na espera por um aparelho para a perna direita Ter uma próteste para ele significa liberdade. “Eu voltaria a viver porque eu sou um morto vivo. Eu sonho que estou andando por aí, mas é mentira. Acho que poderia fazer muita coisa, até trabalhar”, disse.